Pontos de ônibus
mais estranhos do mundo...
GAGRA (REGIÃO DISPUTADA DE ABECÁSIA)
O fotógrafo canadense Christopher Herwig passou quase 15 anos documentando os extraordinários pontos de ônibus da antiga União Soviética. Este, na região disputada de Abecásia, é um de uma série de criações estranhas de Zurab Tsereteli, artista que se tornou presidente da Academia de Artes da Rússia.
PITSUNDA
(REGIÃO DISPUTADA DE ABECÁSIA)
Outra criação de Tsereteli. Herwig
contatou o artista para perguntar sobre seus pontos – particularmente, porque
eles tendiam a ir para longe de elementos funcionais como telhados. “Ele falou
algo como: ‘Um telhado! Eu não me importo se há um telhado! Eu sou um
artista’.”
CHARYN (CAZAQUISTÃO)
Tipicamente os que eu gosto de
verdade estão localizados frequentemente no meio do nada, o que faz você pensar
o porquê de haver um ponto de ônibus ali”, diz Herwig. “Às vezes, há apenas uma
rua suja, mas nenhuma outra rua ou casas por perto.”
KARAKOL (CAZAQUISTÃO)
No Cazaquistão havia um que não
tinha mais nada por perto além de outro ponto de ônibus”, diz Herwig. “Ambos
haviam sido repintados recentemente, então alguém se importava com eles.”
TARAZ (CAZAQUISTÃO)
Os mesmos pontos remotos do
Cazaquistão parecem ter uma função social também, explica Herwig. Ele diz que
flagrou garrafas de cerveja vazias em um deles. “Alguém, de algum lugar, estava
visitando e bebendo, o que é intrigante. Não há ninguém andando por lá, então
talvez eles estivessem dirigindo e pensaram que fosse um bom lugar para uma
pausa.”
SARATAK (ARMÊNIA)
Herwig diz que muitos dos
moradores locais que ele encontrava não entendiam seu projeto e, às vezes, o
acusavam de debochar de seus pontos de ônibus.
SARATAK (ARMÊNIA)
Muitas pessoas pensavam que os
pontos de ônibus eram um pouco nojentos, porque alguns deles eram usados apenas
para deixar lixo ou serviam como banheiro, mas a maioria deles está em boas
condições”, diz Herwig. “Eu tentava explicar que meus motivos eram genuínos e
que eu realmente achava que aqueles pontos de ônibus eram uma parte positiva, e
até divertida, bonita e criativa da história.”
SHKLOV (UCRÂNIA)
Quando viajei pela Ásia central
especificamente para procurar estes pontos de ônibus – Armênia, Moldávia e
Ucrânia – eu costumava pegar um ônibus para uma área em que eu pensava que
haveria muitos pontos de ônibus legais”, conta Herwig. “Então, eu contratava um
táxi por um dia ou por vários dias. Os motoristas sempre tinham o mesmo tipo de
reação: ‘Por que você quer fazer isso?’.”
HARADOK (BIELORÚSSIA)
Ainda que o apogeu dos pontos de
ônibus soviéticos pareça ter caído junto com as estruturas políticas antigas,
Herwig diz que há pelo menos um designer, Armen Sardarov, que continua
trabalhando na Bielorússia depois de uma carreira produzindo centenas de pontos
de ônibus nas décadas de 1970 e 1980.
GALI (BIELORÚSSIA)
Eu o conheci em maio e ele
continua trabalhando”, diz Herwig sobre o incansável designer Armen Sardarov.
“Eu vi alguns de seus novos trabalhos e eles continuam divertidos, ainda que
ele não tenha o dinheiro e o tempo para construir todos eles individualmente.Um
deles, por exemplo, foi pintado por crianças de uma escola, o que é legal.”
REGIÃO EM DISPUTA DE ABECÁSIA
Herwig diz que seus pontos
favoritos são os que têm os designs mais bizarros. Muitos dos mais
impressionantes ficam na região em disputa de Abecácia.
YEREVAN (ARMÊNIA)
O mais legal sobre os pontos de
ônibus é que eles parecem aleatórios, mas há definitivamente alguns temas”, diz
Herwig.
SARATAK (ARMÊNIA)
Na Armênia, por exemplo, muitos
dos pontos de ônibus são de concreto cru – como um estilo bruto de
arquitetura”, adiciona Herwig. “Mas, ao mesmo tempo, são leves, com muitas
coisas saindo deles. Tentaram ser criativos.”
KOOTSI (ESTÔNIA)
Na Estônia há muitos pontos feitos
de madeira, bem mais simples”, diz Herwig. “Varia de país para país. Na
Ucrânia, as diferenças estavam na maneira como eram decorados mais do que no
formato.”
ARAL (CAZAQUISTÃO)
Herwig diz que os pontos de ônibus
soviéticos davam a artistas e arquitetos raras oportunidades de se expressar e
tentar coisas novas sem ter problemas com o regime político. “Eles queriam se
divertir e alegrar a vida das pessoas, além de ter um espaço para experimentar.
É muito difícil falhar em um ponto de ônibus.”
BESEDA (BIELORRÚSSIA)
Herwig viajou por 14 países ou
territórios e tirou mais de 8.000 fotografias de pelo menos 1.000 pontos de
ônibus durante seu projeto. Isto incluiu Cazaquistão, Turquemenistão,
Uzbequistão, Quirguistão, Tajiquistão, Ucrânia, Moldávia, Armênia, Geórgia,
Lituânia, Letônia, Estônia, Bielorrússia e a região em disputa de Abecásia.
NIITSIKU (ESTÔNIA)
Herwig começou seu projeto em
2002, durante uma viagem de bicicleta de Londres a São Petersburgo, na Rússia.
“Eu decidi criar algumas regras para me forçar a apreciar o cenário de maneira
diferente, a olhar mais para itens do dia a dia em vez de apenas fotografar as
coisas que eu esperaria ver na National Geographic.”
KAUNAS (LITUÂNIA)
Eu saía da minha bicicleta para
fotografar coisas que eu normalmente não fotografaria – coisas como varais,
fios elétricos, caixas de correio e pontos de ônibus”, diz Herwig. “Então,
quando eu entrei na antiga União Soviética, vi que realmente valia a pena
fotografar os pontos de ônibus.”
SHYMKENT (CAZAQUISTÃO)
Em 2003, Herwig se mudou para o
Cazaquistão com sua namorada (hoje esposa), que trabalhava na ONU. Eles ficaram
lá por três anos. “Eu estava viajando pela Ásia Central, trabalhando em
projetos fotográficos diferentes sobre a região, não especificamente sobre
pontos de ônibus. Havia sempre algum outro trabalho. Eu acabei dirigindo muito
pelas estradas principais da Ásia Central.”
SLOBODKA (BIELORRÚSSIA)
Herwig começou a fotografar os
pontos de ônibus usando uma câmera analógica. Depois, no Cazaquistão, ele usou
uma câmera digital de 6 megapixels. Em viagens posteriores, usou uma Canon 5D.
ECHMIADZIN (ARMÊNIA)
Herwig diz que seu quase obsessivo
interesse por pontos de ônibus soviéticos o levou a lugares para os quais ele
não teria viajado de outra maneira. “Eu provavelmente não teria ido a Armênia,
Bielorrúsia, Ucrânia, Moldávia ou à região de Abecásia”, diz ele